quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ao dizer "eu sou isso",
naturalmente estou dizendo também "que não sou aquilo
que negaria o que sou".
Parece jogo de palavras, mas não é.
Ao identificar que sou Yago,
naturalmente estou dizendo que não sou Paulo.
A identificação é também diferenciação,
porque em toda
afirmação há sempre uma infinidade de negações latentes.
Ao identificar o que sou,
assumo a legitimidade de minha natureza.
Digo o que posso e o que não posso.
Pos isso o limite é positivo.
Ele me proporciona um agir coerente,
porque me posiciona a partir do que sou e não do que o outro gostaria que fosse. Quando digo o que sou
de alguma forma eu o faço para também dizer o que não sou.
O “não ser está no avesso do ser,
assim como o tecido só é tecido porque há um avesso que o nega,
não sendo outro, mas complementando-o”.
O que não sou também é uma forma de ser. 


(Padre Fábio de Mello)

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